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MANJAR_-_Fevereiro_2019_©_Renato_Mangoli

Fotos: Renato Mangolin

Artemísia vulgaris, 2019

madeira, paetê e fita de cetim sobre tecido, 170 x 80cm

Baile da Aurora Sincera, Solar dos Abacaxis, Rio de Janeiro/RJ

Artemísia vulgaris é um estandarte que carrega a reprodução de uma pintura da artista italiana Artemisia Gentileschi (1593-1656), intitulada “Judith e sua criada” (1616-20) e que ilustra a passagem bíblica onde ocorre a decapitação de Holofernes por Judith. Em tal passagem é narrada a coragem destas ao se infiltrarem em território inimigo para matar durante o sono o líder desse exército. Duas mulheres destacam-se ao ampararem uma a outra com as provas do crime em mãos: uma espada e a cesta com a cabeça do general. 


Uma imagem de duas mulheres que correm o risco juntas, uma imagem de sororidade exposta durante o carnaval, período em que os números de violência sexual contra as mulheres aumentam em 90% segundo dados de 2017 da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres do governo federal.

Outro elemento é o próprio nome do trabalho: Artemisia vulgaris é popularmente conhecida como artemísia, camomila-do-campo, losna-brava, erva-de-fogo, erva-de-são-joão, rainha-das-ervas, entres outros. Planta medicinal utilizada pelas mulheres no tratamento de doenças urogenitais, o consumo de seu chá em altas dosagens, no entanto, é facilitador nos processos de interrupção de uma gravidez indesejada. 

MANJAR_-_Fevereiro_2019_©_Renato_Mangoli
MANJAR_-_Fevereiro_2019_©_Renato_Mangoli
MANJAR_-_Fevereiro_2019_©_Renato_Mangoli
MANJAR_-_Fevereiro_2019_©_Renato_Mangoli
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